domingo, 17 de outubro de 2010

A mim

Achei que estava na hora de falar sobre certas coisas que andam acontecendo e que estão erradas. Não que eu tenha algo contra você, mas às vezes é preciso dizer algo de forma direta e sincera para se resolver um problema, mesmo que possa doer. Aliás, sinto muito que a única forma de fazer isso seja por escrito.

Antes de tudo, quero dizer que compreendo a tristeza que sente tão freqüentemente, as dúvidas e confusões que martelam em seu âmago, a angústia que aperta seu coração com tanta crueldade que seu peito dói e a solidão, que te acompanha de perto em sua sombra. Entendo também a forma como você reage a tudo isso. Sei que não é a intenção descontar a frustração nas pessoas que mais ama, embora escape aqui e ali, quando toda a injustiça acumula a ponto de vazar de sua alma sem controle.

Nessas horas fico de lado, só observando, incapaz de me meter e resolver tudo com outras soluções, de te confortar, de te dizer que está tudo bem ou que vai ficar. E a cada vez que isso acontece, sinto que sumo um pouco e perco minha identidade. Não sei mais o quanto sou real e tenho medo de ser apenas uma máscara, um outro lado de uma pessoa que existe, mas não é.

Mas nada disso é a questão que justifica este apelo. Meu aviso não é por causa dos outros, mas por você. É que sei que tenta, com tudo o que pode, manter tudo isso dentro de si. Não estou dizendo que deve desabafar e esquecer a preocupação de não querer incomodar ninguém. Talvez nem saiba disso, mas você insiste em não se livrar desses males. A impressão é que, numa tentativa desesperada de impedir que os outros sofram, você pega tudo para si. Se pudesse, guardaria tudo o que há de ruim em você, na esperança de fazer do mundo um lugar melhor. E nem se importaria com as conseqüências que isso teria em sua saúde mental e física.

Claro, admirável, mas não é tudo. Você tem também esse lado que insiste em se deprimir. Procura, pensa e analisa todas as maneiras possíveis de tornar sua vida miserável. A cada situação, imagina o que pode acontecer de pior e não confia mais em seu destino, se é que existe um. É como se já tivesse se acostumado com esse sentimento, como se ser feliz fosse uma alternativa estranha demais, ou talvez nem fosse mais uma opção.

Sei que não é um pessimismo. Afirmo isso porque sei que não descarta nenhuma das chances de dar tudo certo e é exatamente por isso que continua persistindo. A questão é que confia demais nas pessoas que ama, uma vez que são elas que gostaria de ter ao lado em seu futuro. E espera delas, em vão, o melhor. No fim, vive só pelas pessoas em sua vida e por essas chances de sucesso, por menores que elas sejam. Mas o fato é que isso não é o bastante. Não se limite a isso e viva por você também. Por menor que você seja ou pense ser.

Sinceramente,
Você

domingo, 10 de outubro de 2010

É o que eu tenho a dizer...

Eu sou uma pessoa por inteiro, nos meus sentimentos, no meu trabalho, na faculdade. Não sei dizer que sim, pensando que não; não sei dizer sim, pensando talvez. Isso significa que quando eu digo está tudo bem é porque está e se não está eu quero que fique tudo bem.

Essas últimas duas semanas foram difíceis, pensei em muita coisa, me disseram muita coisa porque eu precisava de alguém para me ajudar, mas eu não sentia nada. No instante que percebi que estava perplexa a tudo que acontecia ao meu redor, fiquei em choque, em pânico.

E eu sou uma pessoa que sente tudo a flor da pele e pela primeira vez eu estava apática, não sabia como agir, qual reação ter, tudo parecia tão indiferente.

Chorei diversas vezes sem ao menos saber o porquê de tantas lágrimas, chorava porque vi amigas revoltadas com o que eu passava, e eu me questionando porque elas estão assim e eu não? Por que eu não sinto nada?

Isso me angustiou cada vez mais, e quanto mais eu tentava entender o que eu sentia mais eu percebia que não tinha o que sentir.

Eu não posso dizer que nunca mais vou falar ou olhar para você porque estarei mentindo para mim e para você. Eu posso dizer, que isso tudo foi um pesadelo, que acabou assim acordei.

O que posso dizer é que eu te amo; que eu te perdoei.

Eu posso dizer que eu não me incomodo com a situação porque não tenho com o que me incomodar; posso dizer que ficarei feliz quando isso se estabelecer para você. Posso dizer que torço por você sempre.

Posso dizer que quero sempre o seu bem, que quero te proteger; como você sempre fez por mim.

Posso dizer que somos maiores do que tudo, e vocês sabem disso!

Carta enviada pela Daniele Aoki

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A maçã e o garoto

E a história começa mais ou menos assim...

Pedro era um garoto pobre da periferia, desde cedo rebelde, mal criado, não entendia o que passava em sua volta.

Certa vez ele desafiou o mundo em busca de sua felicidade, em suas aventuras colecionou altos e baixos. Mais baixos que altos...

Certo dia então, ao chegar em casa, se deparou com o que seria a maior surpresa de sua vida: em sua cesta de maçãs todas se encontravam podres, exceto uma de coloração diferente, dourada, que tinha apenas uma parte podre. Ele então se lembrara dos ensinamentos de sua mãe que uma vez havia dito que devíamos sempre retirar o que havia de podre para não contaminar o resto, mas não havia dito o que fazer quando todas estivessem podres. Ali então, o pequeno garoto começara um de seus planos mais ambiciosos: decidira tirar o podre daquela maça dourada, e plantá-la no quintal, na expectativa de ali surgir uma árvore que desse muitos frutos.

Pedro então começou a ter uma atenção especial com aquilo, aguando-a, dividindo sua própria água. Mesmo em tempos de seca, havia depositado toda sua esperança e fé de um dia poder colher os frutos. Um dia, ao acordar, deparou-se com um pequeno broto, que desde então foi crescendo e crescendo até atingir o mesmo tamanho do garoto.

Mais surpresas aconteceriam na vida de Pedro, ele então precisou partir aquilo que um dia fora um broto e havia se tornado uma pequena árvore. Não era mais tão frágil, não precisava mais de todo aquele cuidado. Escolhera ir ao litoral, queria ver o mar, aprender a surfar.

O tempo foi passando e aquele garoto foi buscando seu espaço. Queria voltar um dia a sua cidade natal, sendo visto como um homem e carregado de bons frutos e queria plantar todos assim como tivera feito com sua maçã dourada...

Mal sabia ele que quando voltasse àquela árvore, agora uma magnífica macieira, teria se tornado tão grandiosa que ele mesmo não conseguiria pegar fruto algum, a menos que ele aprendesse a voar.

Assim a vida deveria seguir.

Ah, e sobre o resto das maçãs podres fica para a próxima, assim como o projeto de asas que está a surgir.

E mais uma coisa, mal sabe o escritor que aquele menino teria dedicado todo seu amor naquela maçã mesmo não sendo recíproco. E que hoje Pedro havia se tornado quem se tornou, conseguido o que conseguiu, e mais do que isso: queria aprender a voar; Isso e mais um montão de coisas só por causa da chama do seu amor, que às vezes mesmo fraca nunca se apagou.

*Carta enviada por Rubens

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Acordei...

No teto enxerguei o seu olhar com todo aquele brilho contido nele, às vezes perdido, preocupado como se quisesse me mostrar algo.

Levantei-me... No álbum de fotos jogado de lado, muitas fotos continha, mas uma delas me chamou a atenção, uma em especial, tirada na garagem aqui de casa, escondidos. No sorriso dele encontrava simplicidade, pureza, um pouco de receio, insegurança, parecia querer me dizer algo.

Fui à cozinha... Preparando meu suco lembrei-me das vezes que ele dividia as coisas comigo, sempre me deixara com o maior pedaço da bala, às vezes eu percebia um suspiro, nada de mais eu imaginava, mas hoje vejo que talvez quisesse dividir algo mais ousado.

Enfim, fui para o banho... Deixei o chuveiro ligado no inverno, enquanto mudava lembrei-me da promessa de passarmos todas as estações do resto de nossas vidas juntos, o vapor então tomava conta do box, enquanto isso eu escrevia seu nome no mesmo e por um instante senti o seu cheiro, mas só por um instante. Queria ficar ali, deixar a água quente cair sobre mim, e tentar resgatar ainda mais o cheiro, mas já estava a muito tempo no banho, minha mãe então me gritou, logo em seguida sai do banho.

O dia estava frio... A blusa dele não encontrei em meu guarda-roupa, muito menos o calor, a paz e a segurança de seu abraço que às vezes de tão forte parecia querer me roubar, eu não sabia, mas talvez quisesse me proteger de tudo e de todos.

Voltei para a cama... No travesseiro enxerguei o rosto dele, queria tocar, sentir mais uma vez sua pele, o toque dela, mas não tive sucesso, aquilo era apenas um travesseiro.

Fui então de encontro ao espelho... Em meus lábios senti que faltava algo, passei o meu batom, no mesmo instante senti o calor dos lábios dele, lábios que por vezes dançava sobre os meus e em alguns momentos se perdia em meu corpo, talvez quisesse descobrir cada detalhe.

Estava atrasada... Teria um dia longo e cansativo, ao abrir a porta imaginei que talvez ele estivesse ali com um bouquet de flores a minha espera, mas tudo que vi fora um dia nublado.

E assim seria o meu dia, um dia comum... Estava linda e com minha melhor roupa, mas sentindo falta daquele homem que por muitas vezes foi meu companheiro de aventura.

Penso que poderia pedir desculpas por tudo, mas sei que pra ele apenas o silêncio e um sorriso basta, mas não pra mim, não estou pronta e sei que ele sabe disso, de alguma forma ele sabe.
  • Carta enviada pela Melissa

domingo, 19 de setembro de 2010

Caro amigo,
Por que você fez isso? Por que você preferiu perder a amizade? Por que você fantasiou tantas situações?
Você já pensou que essa tal paixão é falsa? Que você se auto-engana acreditando que esse sentimento é real?
Como você pode dizer que é apaixonado por uma pessoa que não via há mais de quatro meses? Como você diz que é apaixonado por mim, sendo que eu não sou? A paixão é um sentimento recíproco, você não compreende isso?
Por que você criou essa situação tão desnecessária? Por que você preferiu perder a amizade que estávamos construindo?
Mas pergunto primeiro por que você se colocou na situação de meu amigo, sendo que não era isso que realmente você queria. Por que você resolveu arriscar tudo?
Agora não adianta me atacar. Não adianta dizer que eu estraguei tudo com a nossa última conversa.
Você precisa se resolver primeiro, se aceitar. Ser mais você, ser mais confiante!
Sua insegurança ofusca sua inteligência, sua prolixidade ofusca seus reais pensamentos. Não crie um personagem, eu sei quem você é, eu sei que você não é quem você mostra ser para os outros. Por que você não mostra para os outros quem você mostra para mim?
Digo essas coisas porque sou sua amiga, ou fui sua amiga.
Se conselho fosse bom nós venderíamos, mas aqui está a dica.
Beijos
da sua Amiga.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Contato?

Era 14 de agosto de 2010, um sábado para domingo, estava dormindo quando senti uma sensação estranha. Abri o olho e tudo piscava frenéticamente. Não era energia elétrica, mas minha visão em si.

Tentei mexer meus braços para acordar a minha esposa e não consegui mexer sequer um dedo.

Tentei então a comunicação através da fala ou do grito...impossível...fora a dor quase que insuportável na minha mandíbula.

Consegui então mexer o pescoço com muito esforço e ao mexer o olho e vi que minha esposa estava deitada e com o olho aberto...arregalado...mas totalmente fora de si e travada...como se estivesse em outro lugar.

Fechei o olho...sabia que algo estava me controlando...e após um minuto de concentração...despertei....acordei daquilo.

Bem, tudo estava calmo, mas eu ainda sentia que algo estava no quarto. Olhava para o corredor da bagunça e sabia que tinha algumas coisas pretas de 1,20m. Acordei a minha esposa, liguei a TV e fui ao banheiro. Não comentei nada para ela.

Me deitei novamente ainda com a sensação de que algo estava no quarto. Quando eu comecei a cair no sono novamente, percebi um flash de luz azul....indo embora do quarto...

Nessa hora tive certeza que eles foram embora.

Medo? Não.
Certeza de que algo bem real aconteceu ali? Absolutamente.

No outro dia comentei com ela, pois ela reclamava disso há 10 anos atrás no nosso namoro. Quando ela estava dormindo, sentava algo preto na cama e começava a enforcá-la e ela nada podia fazer a não ser tentar se livrar daquilo com os mesmos sintomas que eu passei: o travamento do corpo e a falta da fala.

Algo bom? Certamente não!

Ass: Anonimo

domingo, 5 de setembro de 2010

Carta ao meu melhor amigo

Querido amigo, como vão as coisas? Ou será que, como aqui comigo, elas também não caminham para canto algum, mas perdem-se alheias como homens cegos no meio do bang-bang?

Começar esta nova frase com “pois é” seria um bom começo. Bem clichê, verdade, mas quem se importa? Então, pois é, meu amigo querido, após todas estas vírgulas, que expressam aquilo que não tenho podido dizer verbalmente, creio que posso contar-lhe as aflições as quais destinei a esta carta tola.

Acho que toda esta delonga me serve para evitar chegar ao foco desta conversa que, em verdade, é um monólogo calado, tipografado, emocionado apesar da aparência fria. Emocionado porque tais emoções não permanecem contidas em mim, como dantes deveriam, mas vazam pelas mãos encarregadas de escrever letra por letra.

Ocorre-me que talvez eu esteja dentro de um paradoxo. Uma trama enfadonha, emaranhada em minha cabeça de forma que unhas compridas como as minhas são mais do que necessárias ao tentar desfazer alguns nós. É cada homem de um lado e eu no meio, com o pensamento dividido. Não, dividido não é o melhor vocábulo. Compartilhado, seria? Sim seria.
Enfim, meu pensamento comporta ambos: aquele que me lembra amor, casa, família e conforto; faz-me pensar em piqueniques e caminhadas à beira mar. Longos passeios sob a noite paulistana e as tardes fumacentas de outono sob as cobertas. Beijos mais felizes, tudo cor-de-rosa!

E há também aquele que, bem, não sei dizer se posso chamá-lo de antagonista em minha história, mas sim, sua marca em mim é indelével. Na pele? Não, não, antes fosse! Muito menos no coração, não foi assim, tão romântico. Foi mesmo na cabeça quando quis sentir meus cabelos sendo puxados. Ah, foi na barriga quando se suprimiu um beliscão ou na panturrilha por causa das mãos que nunca me agarraram assim. Mas sei de cor a cena de um único beijo e recordo-me de braços nada sutis escorregando do meu tronco para minha coxa.

Cansei-me, bom amigo, de sonhar com a realização de tantas provocações, de tantos estímulos e palavras idiotas sopradas, que ao contrário do que poderiam fazer, instalaram-se em mim como parasitas ressonantes, em vez de simplesmente esvanecerem ou serem esquecidas no ar. Não, não. Aqueceram-me! Encheram-me de desejos infindáveis. E não pense que foi minha culpa: culpa deste verão fora de época, culpa do sangue italiano dele, culpa daquele perfume brotando da pele, cheirando a terra pura, madeira, quente e úmido. Vaporoso. Etéreo. Culpa da carne de seus lábios rijos e da minha carne fraca, odeio admitir.

Enfim, nada passou da linha da boa amizade. Ora, ninguém vê que isto é tão falso? A realidade muitas vezes é tão óbvia e fazemos questão de fingir. Somos tão complacentes com os fatos, mas não conosco. O que me toma por ele é desejo, possessão, agonia até. Coisas das quais mulheres não deveriam falar, e, contudo, eu preciso abrir o canal da voz e cantar em versos breves que não é amor: é sina.

Esta não é uma boa história para um filme romântico. Nem mesmo um enredo de novela, não, não. É apenas uma carta ao melhor amigo de alguém que, em sua desimportância, acha bonito escrever, assim, de forma tão antiquada; alguém como eu, tão hipócrita, a primeira a defender que a verdade seja dita. Mas como? Aliás, por quais motivos se eu não tenho nenhum?

É, meu amigo, um grande erro meu querer preservar um amor tão lindo em detrimento de uma obsessão sem futuro, sem causa? É pecado querer amar, ser fiel e, de quando em quando, se permitir pensar em poucos momentos, os que aconteceram e os que jamais acontecerão com outra pessoa? Rolar no chão, rolar na cama, rolar na areia da praia. Sem tapete macio, sem lençol de linho, sem estrelas nem luar marítimo. Sem brisa noturna que me refresque. Sem me importar com o trejeito e o palavreado bruscos, com as manchas roxas, possíveis cicatrizes, sem um beijo de amor que compense. Querer um beijo de fogo que em segundos consome o comburente no lugar de brasa lenta.

Uma única faísca em uma mancha de gasolina e fim, o estrago está feito. E meu corpo desfeito, inerte e gelado no chão. Sadismo, acho eu. Talvez ele goste de esfriar a cabeça com uma mulher já fria, branca. Sem reação, sem pedidos a fazer exceto um único: o de não parar.

Sei que lhe parece estranho caro amigo. Fique, pois, tranquilizado: não hei de trocar um grande amor, aquele que me fez sorrir depois de tanto tempo tendo os dentes cobertos com uma espécie de burca chamada boca. Lembra-se? A boca fechada e olhos lacrimosos. Vermelha como um pimentão no sol, mais triste do que a mulher que todos os dias na rua me oferece serviços dentários. Pobrezinha, mal tem os próprios dentes. Ficar sem um amor, seria, pois para mim, como perder os dentes todos e jamais poder sorrir outra vez. Nem mesmo morder maçãs.

Não troco o conforto dos braços que me acolhem por paixão sazonal. Paixão? Mera tolice, ciúme é uma boa palavra. Não chega nem a tentação. Embora eu saiba bem que ele não deixa de tentar. Oferecido demais, indelicado demais. Hora ou outra é bom sentir mãos firmes agarrando-me os seios, mas prefiro mãos macias e dóceis em meus quadris, mãos mais preocupadas, manipuladoras, ludibriadoras que tapam meus olhos e me fazem cair em sonhos. Lembram-me nuvens emplumadas. A brutalidade para mim fica a poucos metros do real e, no amor, eu prefiro voar mais alto. Quero as estrelas, não o asfalto.

Saiba ao menos que continuarei ocasionalmente imaginando coisas. Recaídas, você compreende, meu amigo. Deixe estar, logo passa. Em breve o desejo que me põe no chão cederá lugar a uma paixão que me arrebate para o alto, nos braços de um homem que me pinte de pétalas nacaradas. Já o que me borra de sangue vermelho, bom, este será esquecido. E, infelizmente, muitas vezes relembrado, cada vez que a terra sob meus pés tremer e agitar meu corpo num balé que se dança no chão, com braços e pernas abertas.

Com saudades do amigo.

*Carta enviada por Lizz

domingo, 29 de agosto de 2010

Você que está longe

Que saudade que eu tenho de poder te ver todos os dias.
Que saudade que eu tenho de a qualquer hora estar por perto.

Nunca pensei que eu sentiria essa distância, do jeito que eu sinto agora.

Você que faz parte da minha vida e que em momento nenhum vou permitir que deixe de estar presente mesmo que longe.

É em você que eu penso quando estou feliz, quando estou triste, esperançosa, com medo, simplesmente querendo ouvir uma palavra amiga, um carinho ou qualquer coisa assim.

Você é mais que uma amiga, é a irmã que está longe.

Sinto sua falta, mas que qualquer outra coisa.

Te amo!


*Carta enviada pela Vanessa Landucci

domingo, 22 de agosto de 2010

DOR

(Carta para quem sente o que eu senti um dia)

Sentir um vazio por dentro é uma sensação ruim, é como se alguém depositasse uma coisa boa dentro de você e depois arrancasse com as próprias mãos, sem anestesia, causando assim dores que só quem sente sabe reconhecer. Muitos dizem que passar por dor, sofrimento é um processo para a aprendizagem, pois você precisa passar por isso, o que eu não entendo é, passamos por isso, mas quais ferramentas usar para que a dor diminua? Não sei responder ao certo, pois, neste momento, estou buscando respostas para apaziguar minha dor... uma dor que me faz sair de onde estou, uma dor que me leva em um lugar vazio, uma dor que me faz chorar.

Estou analisando tudo o que posso aprender com isso e juro que estou tentando enxergar o lado bom, mas o que sinto é ruim e isso piora quase tudo. Falar de sensações é meio constrangedor, ninguém sente o mesmo sentimento na mesma intensidade, eu achei que não iria sentir o que eu sinto, mas sinto e como sinto. É uma mistura que me pega desprevenida, é aquela dor na boca do estômago, choro preso? Talvez... mas acho que é um vazio, só que ouvi dizer que ninguém completa ninguém, que as pessoas aparecem em nossa vida trazendo uma cor, mas será que é só uma cor que elas trazem mesmo? E quando a pessoa faz você sentir o que antes nunca sentiu? E quando essa mesma pessoa te leva aos delírios sem ao menos saber? E quando essa pessoa não sai da sua cabeça? Ainda acha que as pessoas aparecem somente para trazer uma cor? Enfim... pode até ser, mas sempre alguém aparece para pintar o que estava em branco e, quando essa pessoa some, parece que a cor vai junto e o nosso defeito é deixar isso acontecer, por quê? Veja bem, se alguém aparece na sua vida de uma hora pra outra é pra te mostrar algo, é pra te deixar algo, ou até mesmo para te arrancar algo, você deve aceitar o que de bom ela te trouxe, e se ela foi embora, fique com a “coisa boa”, não deixe que ela leve a sua auto-estima, os seus sonhos, não deixe que ela leve a sua vida.

Muitos não entendem o real sentido da palavra dor, mas para entender basta sentir, pois é sentindo que você percebe o quão a pessoa significa em sua vida. Às vezes pode demorar muito para você sentir uma dor, mas às vezes pode ser mais rápido do que você esperava. Quando a dor chega, ela traz consigo a tristeza, a solidão, a angústia, o sofrimento, a decepção. Perceba quantas coisas ruins a dor carrega. Portanto, ao sentir dor, não é só dor que você sente, é tudo junto, é tudo de uma intensidade forte, por isso que dor é dor. Dor de dente dói somente os dentes, dor da perda, dói o coração, a cabeça, a alma... e o único alívio é ter aquela pessoa da forma que você deseja, ou esperar, esperar e esperar. Todos levarão em suas bagagens uma história, às vezes linda, trágica ou até mesmo triste, mas cada um tem consigo algo que considera “valioso”... tranque lá no fundo do seu inconsciente aquilo que de alguma maneira te machucou, porque esquecer é impossível, você não consegue esquecer, mas consegue amenizar.

Por isso que eu acredito que nós somos os causadores da maior e intensa dor, pois deixamos crescer isso dentro do nosso interior, e pra quê? Para chegar em casa, deitar no colchão e chorar? Para pensar que poderia ter dado certo? Para voltar aquele fato e tentar fazer diferente? Nada mais adianta quando uma coisa já aconteceu, devemos respeitar nossos fracassos e aceitá-los, ou melhor, entendê-los. Viver de passado é ser fraco em uma correnteza, você quer melhoras? Então melhore, você é capaz, sabe disso mais do que ninguém. Neste momento você está triste, calado, impaciente, ansioso, mas amanhã você pode e deve ficar muito melhor. Parece fácil seguir tudo isso que está escrito, mas sei o quanto é difícil, pois por mais que você fuja sempre voltará lá, não tem jeito, sempre olhará para trás. Só que um esforço é válido e o que queremos alcançamos, basta ter fé.

Eu escrevo essas linhas para tirar um pouco do que eu sinto dentro de mim, e se for como dizem, eu preciso sentir isso para amadurecer, para não ser tão inocente em devidos momentos. A dor não vai diminuir escrevendo, mais vai sendo analisada com outros olhos, até sumir... e sei que some, porque não guardo aquilo que não me faz bem. E você que lê isso agora, já olhou para seu interior hoje? Já se perguntou quais sentimentos está carregando com você neste momento? Já sabe os motivos pelos quais sente dor? Medo? Raiva? Se sabe, por que ainda sente isso? Se olhe por dentro, permita-se sentir todos os sentimentos, no final descobrirá que cada um é um ponto de luz que cresce dentro de você e, na verdade, nenhum é tão ruim assim, o ruim somos nós que deixamos crescer coisas que talvez nem existam. Agora, termino de falar sobre isso, pois a vida continua e os sonhos continuam, também. E eu... Ah, eu não vou ficar estacionada sendo que meu carro é potente e eu posso ir muito mais além do que eu posso imaginar...

... Deixo aqui a minha dor e levo daqui a minha fé...

Juliana Mingorancia
(www.mingorancia.blogspot.com)

domingo, 15 de agosto de 2010

Caro amigo,

Sim passaram-se muitos anos e pouca coisa mudou na galáxia que conhecemos.
As pessoas continuam sim porcas, imundas... Mas não só os hábitos, agora os pensamentos também são assim...
O amor, não existe. Apenas um desejo carnal que nunca acaba. As mulheres não conseguiram ainda a igualdade tão sonhada, desejada e merecida... Conseguiram apenas mais dor e sofrimento...
Mas nem tudo é tristeza, meu caro amigo...
As crianças ainda carregam o olhar esperançoso e a beleza do sorriso.
As meninas ainda se apaixonam e sonham com finais felizes.
Os idosos, ainda contam histórias de um passado muito distante e também saudoso... Feliz que eles tanto gostavam.
A lua ainda brilha como nunca.
As estrelas... Sempre iluminam o céu...
E as rosas ainda têm o mesmo perfume... A mesma beleza... e trazem o sorriso aos rostos mais tristes que possam existir...

Pois é meu amigo...

Talvez um dia isso mude, talvez não...

Mas ainda assim, não troco minha vida por outra vida qualquer...



Um abraço saudoso...


Tua amiga terráquea


Lara Costa

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Querido John,

Queria pedir desculpas
pelo atraso das borboletas.
Elas ficaram durante muito tempo
dentro de mim, agitadas...
E quando você se foi,
eu tentei guardá-las,
como uma prova
de que tudo foi real...
Desculpe tentar roubá-las.
Agora sei que elas são suas.
Sim, era eu na porta há pouco.
E isso é apenas um meio de lhe dizer...
Que eu iria até você independente do momento
ou do porquê.
Andaria meio mundo,
Apenas para te ver.
Agora sorria querido, meu cheiro ainda está no ar
Acho que só meu cheiro
te faz me amar.
É comigo assim também.
Mas o teu cheiro
Não sai das minhas roupas, meu bem.
Pode parecer clichê, sabe...
Mas um dia vai entender,
Que tudo isso, nada mais é,
Do que a verdade.


Mary Jane

domingo, 1 de agosto de 2010

Carta de uma amiga cadeirante

Querida Patrícia,

Muitas coisas mudaram desde que sofri o acidente. E já começa pela maneira de me comunicar com você. Agora mesmo estou ditando as palavras a alguém que escreve para mim. No começo foi bem difícil. Você sabe como eu sou, as ideias afloram em minha mente e nem sempre as pessoas acompanham o meu raciocínio - às vezes nem eu mesma. Agora tenho que aprender a lidar com isso e acho que estou indo muito bem. A tetraplegia me trouxe mais paciência, concentração e habilidade para me expressar. Depois que perdi meus movimentos acabei achando atalhos em minha mente que me levam a um caminho mais rápido para me comunicar.

Resolvi te escrever porque queria reviver um pouco da velha amiga que eu era, da antiga Julia, sei lá. A última vez que nos encontramos você estava triste. Sei que preferiu não falar, mas eu a conheço. A nova e a antiga Julia sabem ver a alma de uma amiga verdadeira. E nenhuma deficiência subtrairia minha sensibilidade para desvendá-la. Que maluco isso, não? A amizade é um sentimento que acidente nenhum leva.

Esses dias me lembrei muito de você. A lembrança era muito forte. Eu estava passando naquele lugar que íamos quando adolescentes. Aquele bar mudou muito. Hoje, mesmo na cadeira de rodas, eu posso ir até lá. Depois de muitas reclamações, eles resolveram adaptar o local para pessoas com deficiência. Bacana, não acha? Sempre passo por lá de carro e lembro-me da época em que mentíamos para nossos pais só para irmos até lá. O local continua pitoresco. Agora, mais que nunca, eu consigo perceber as particularidades que cada lugar abriga. Fiquei mais sensível aos estilos diferentes de cada ambiente.

Não te contei ainda, preferi escrever. Você sabe o quanto as palavras me completam. Lembra-se do Marcos, que sempre foi um sonho para mim? Ele me encontrou há alguns meses no cinema. Ficou com uma cara de bobo quando me viu na cadeira de rodas. E para minha surpresa, aquele olhar de complacência, com o qual eu já me acostumei, foi substituído por um misterioso sorriso. Aquele rapaz lindo que nunca olhava para mim resolveu me dar a maior bola! Trocamos telefone e ele me convidou para sair. Fomos jantar e conversamos durante horas. Tudo aconteceu com uma certa urgência, uma necessidade irracional de amar que eu nunca havia sentido. Estamos namorando e nos descobrindo (eu me redescobrindo). Você sabe que ainda não havia tido um relacionamento. É tudo muito diferente para nós dois. O fato de não poder tocá-lo sozinha é um pouco estranho, mas ele não se importa. Diz que se interessa muito mais por mim hoje do que antes. Certo dia ele me contou que me tornei uma mulher muito mais cheia de vida depois da cadeira de rodas...Me surpreendo a cada dia que passamos juntos. Eu o toco por dentro e ele move tudo o que não posso mexer, girando meu mundo...

Acho que já falei demais sobre as minhas coisas. Mas isso não é novidade depois que sofri o acidente. Parece que tenho uma nova vida. Tudo o que sabia a respeito de mim mesma acabou perdendo espaço para a versão nova de uma mesma pessoa. Uma Julia de rodas. Mais viva que nunca, mais agitada que nunca. Renovada. A vida é definitivamente algo louco, beirando o surreal. Às vezes precisamos mudar tudo para se redescobrir. Eu mudei o corpo, os movimentos, a forma de comer, de sentir, de amar.. Enfim, de viver.

Mas, sabe de uma coisa? Mesmo depois de ter tido minha vida mudada de cabeça para baixo (quase literalmente se for pensar no acidente), sinto que nós continuamos as mesmas. Você discreta e às vezes calada. Eu imóvel nesta cadeira, mais inquieta como sempre. Mais falante como nunca.

Te tenho como um pouco do mesmo que restou de mim neste emaranhado de mudanças que minha vida passou. Um tanto que completa as lacunas deixadas pelos imprevistos do simples ato de vivermos. Esse pouco do que restou é o infinito que é a nossa amizade reprenta. E isso nada vai levar. Ficamos por aqui. A antiga e a nova Julia, aguardando ansiosas por sua resposta.

domingo, 25 de julho de 2010

São Paulo, 7 de julho de 2010.

Oi pai, oi mãe...

Gostaria de deixar claro que, apesar de tudo, eu os amo. Mas eu estou farta. Farta dos acontecimentos do último ano. Possivelmente um dia eu irei colocá-los na frente desta máquina da discórdia - vulgo computador - para ler esta carta, e vocês não iriam gostar dela, como eu também não gosto.

Não é capricho meu, não é ciúmes também. Eu só não agüento mais ouví-los dizer "tenha paciência". Eu tenho paciência, ou melhor, eu tive. Muita.

A única coisa que eu gostaria que os senhores fizessem é cumprir a tão obstinada meta que vocês espalham aos quatro ventos de que "o que fazem por uma, fazem pela outra". Tenho plena consciência de que o agora é um momento de suma importância para minha irmã, sei de todas as preocupações e conseqüências disso; mas nada significa a falta de interesse que vocês estão para comigo. Não me ouvem, não levam minhas opiniões em consideração... mas isso realmente não magoa tanto quanto o fato de vocês não fazerem a mínima idéia do que está acontecendo na minha vida profissional, sentimental e acadêmica; além de me darem bronca por motivos infímos que não cabem a mim.

Sei que não sou das mais comunicativas, mas todas as vezes que tento lhes contar algo ou sou interrompida por outra pessoa, ou escutam e não dão a mínima para o que lhes foi falado, ou - mais comum - dizem para eu conversar com vocês sobre o que quer que seja outra hora, já que estão muito ocupados ou muito cansados para me ouvir naquele momento.

Repito: não é capricho ou ciúmes meu. Não é carência de atenção também. Só quero que os senhores ponham em prática a consideração, o orgulho e o amor que vocês dizem ter por mim.
Não quero magoá-los. Mas também não quero me magoar mais.

Ainda os amo, apesar dos apesares. E amo a minha irmã também, apesar dela não estar fazendo por onde para tal sentimento.


E sim mãe, ontem, quando a senhora me viu com os olhos um pouco avermelhados, é porque eu estava chorando. Desculpe por mentir sobre isso.

Atenciosamente,
sua filha.

domingo, 18 de julho de 2010

Gabrielle,

Como você sabe, eu não sou muito bom em escrever. Mesmo assim, escrevo. Por que será? Talvez você, que é psicóloga, entenda melhor que eu. Acho que não consigo me expressar muito bem falando, sei lá. Sou tão tímido quanto um cachorrinho no frio.

Como eu não consigo dizer o que sinto pelas pessoas, preciso escrever. No entanto, existe um paradoxo nisso tudo: os meus sentimentos são impossíveis de se medir com palavras. Acho que todo sentimento é assim, não? A angústia é assim, a dor, a paixão. Ninguém nunca vai saber o quanto em mim dói um dente na boca, uma afta, uma pedra no rim, uma dor de cabeça.

Do mesmo modo que ninguém nunca saberá o quanto eu amo, o quanto eu odeio, o quanto eu me emociono ao assistir um filme. O que temos são pequenas expressões da alma. O que é uma lágrima senão uma forma de colocar pra fora um sentimento escondido? Por que a criança chora se não para demonstrar que, lá dentro, no fundo do estômago, ela sente fome?

A minha lágrima são palavras no papel, o meu choro infantil vem em forma de texto. Com eles, tento explodir isso que tenho aqui, em algum lugar do meu ser. É algo inexplicável, confuso, alguma coisa que eu não sei o que é, mas que está comigo em todos os momentos. Costumo dizer que sou uma bomba prestes a explodir. O que acontece é que não explodo de todo, mas aos poucos, entende?

Enfim, enrolei pra caramba pra dizer que, hoje, no Dia dos Namorados, os outros dirão que amam, que adoram e que estão apaixonados. Eu, nessa carta boba, não vou dizer isso.

O que eu sinto por você não tem nome. O que eu sinto por você não se mede nem se explica.

Leandro Machado

12/06/2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Carta à sociedade

Hoje eu passei por você e como sempre você nem percebeu. Eu mudei meu cabelo por você, aprendi a tocar violão, tô usando calça jeans. Ah, aquele emprego que você me indicou, eu consegui. Já fiz a matrícula na faculdade. É o que você me pediu, por que ainda me ignora? Tô na sua comunidade no Orkut, mas parece que isso não importa.

Você anda tão cruel. Tenho visto o que você faz com outras pessoas, parecidas comigo. Na verdade não sei por que procuro te agradar. Não vivo mais por sua causa. Eu queria trabalhar com terra, plantar e colher, pescar nos finais de semana, ter uma esposa, bastante filhos, mas isso não lhe agrada. Queria arrumar um modo de me separar de você. Você não gosta de ninguém, só usa algumas pessoas. Eu só queria falar isso. Acho que você precisa mudar radicalmente, caso contrário, muitos deixarão de te seguir e você não existirá mais. É isso.

Danillo Dal Seno

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sato,

Acho que sao umas duas da manha e eu tive que comecar a escrever pra voce. Minha irma que nao ficaria muito feliz em saber que esta eh a segunda carta que eu escrevo pra voce e eu nao escrevi nem uma para ela! O fato eh que eu penso em voce direto e, depois da conversa de hoje, eu senti que nos dois estamos mais proximos um do outro. Cada vez que a gente conversa, eu aprendo um pouquinho sobre voce e te conto um pouquinho sobre mim, e so de ver que voce me aceita do jeito que eu sou, eu me sinto “em casa” com voce. Eu sinto que posso falar as coisas mais idiotas e voce vai rir, ou falar as coisas mais serias e voce vai me apoiar/aconselhar. Eh lindo isso, sabia?

Nao sei o segredo, mas voce tem algo que me faz ver voce como o homem mais doce que eu conheco. Eu vejo voce colocando band-aid no joelho do seu filho depois de ele se machucar, coisas do tipo! Hahaha

Nao demorou muito pra voce se tornar especial pra mim, mas eu nunca imaginei que eu iria te conhecer pessoalmente e muito menos planejar uma viagem com voce! Nunca me passaria pela cabeca que voce conheceria minha mae no mesmo dia que me conhecesse e que voce perguntaria: “Sera que seu pai vai gostar de mim?” Hahaha!

Eh estranho como as vezes eu penso que sei tanto sobre voce... mas ao mesmo tempo eu tenho tanta coisa pra aprender! Eu acho que sua cor preferida eh verde, nao sei seu perfume preferido, nao sei seu tamanho para calcas e camisetas, nao sei quanto voce calca nem quanto voce pesa, nao sei se voce prefere limonada ou suco de laranja (por via das duvidas, compro Coca-Cola!)

Eu queria comprar alguma coisa pra voce, queria te ligar no seu aniversario, queria saber historias de quando voce era crianca, ver fotos e conversar com pessoas da sua familia...

Nem parece que eu te conheco ha tres anos! Mas, por outro lado, eu sei coisas mais importantes sobre voce; Eu conheco o seu carater, o seu jeito de se preocupar comigo, ou o seu poder de esconder os problemas e so me contar quando voce nao suporta mais.

Eu sei tambem que o seu abraco eh um dos meus preferidos, sei que qualquer coisa simples pode ter um grande significado pra voce e que voce pode escrever coisas lindas e conversar comigo por horas e horas.

Mas algumas coisas eu so vou aprender/descobrir quando conviver com voce... tipo se voce acorda de mal humor, guarda notas fiscais ou tem supersticoes.

E eu mal posso esperar para ver isso tudo acontecer. Vou tentar te fazer feliz o maximo possivel nessa viagem, mesmo que seja curta!


I love you, baby :D
God bless us!

Nath

*Carta escrita por Nathalia Malagoli, dia 09 de junho de 2010.

domingo, 27 de junho de 2010

Mystérieux,

Tudo começou com uma brincadeira feita entre amigas. Quando me dei conta, já estava sentindo minha respiração ficar alterada, meus batimentos cardíacos descompassados, todo o meu corpo estremecido e de repente um sorriso escondido por detrás dessas tantas reações.

Peguei-me prestando atenção em cada movimento que seu corpo fazia, no seu jeito quieto e reservado, mas, de certa forma, ácido. Já percebi que às vezes se empolga com determinado assunto em volta e torna-se um pouco prolixo, o que nos faz pensar mil vezes para entender o que foi dito.

Seguir seu Twitter, conseguir seu MSN, saber os lugares que frequenta e o que gosta de fazer foram algumas tarefas que coloquei no meu dia para eu tentar entendê-lo, mas depois de algumas semanas notei que essa não é a tarefa que devo ter no meu dia a dia, pois entender uma pessoa é extremamente complexo e na maioria das vezes não entendemos nem a nós mesmos.

Não sei qual atitude devo tomar, pois não gosto de deixar as coisas ditas sempre nas entrelinhas. Às vezes é divertido, porque o mistério que permeia toda a sua pessoa continuará envolto à situação, mas eu tenho medo desse silêncio atrapalhar.

Não quero que pense que estou apaixonada ou algo parecido. Somente estou encantada por você. É sensível, diferente dos outros homens. E eu sinceramente queria que você desse uma brecha para mim. Me senti cada dia mais acuada, pois todo tipo de aproximação sutil que eu possa ter, eu já tive, e na maioria do tempo você poda.

Enfim, isso é um desabafo de alguém que acha que vale muito a pena conhecê-lo.
Se cuida.

Beijos,
Dani Aoki

domingo, 20 de junho de 2010

Carta ao meu, quem sabe, amor...



E se soubesses que és tu quem habita meus sonhos, empurrando-me para o abismo dos teus encantos? Encontro-me cada vez mais perdido na aura pura do teu sorriso, cada vez menos sano quando meus olhos vão de encontro aos teus. Num derradeiro reflexo, o meu olhar oculta-se e meu coração debate-se como que querendo estraçalhar o peito. Resta a dúvida se devo acreditar nesse delírio ou se devo fugir dessa tormenta.

Como num vício, meus pensamentos se alimentam da tua imagem a todo instante. A tua presença tornou-se a minha rotina. Como diz Ana, [...]“cada vez que eu fujo eu me aproximo mais”[...], porque fugindo de ti é que percebo o quão presente é o teu espírito e o vazio que ele me faz sentir quando ausente.

E por que razão tudo isso? Como ousas brincar com meus sentimentos e, não duvido, sem saber? Como ousas invadir a minha mente? Como se atreve a se parecer comigo e, principalmente, como te encontras no direito de angustiar-me com o receio torturante de jamais ter-te em meus braços?

Acaba logo com isso. Tu roubastes meus sonhos e sem eles eu não sei voar...


*Carta enviada por Marcos de Oliveira Júnior

domingo, 31 de janeiro de 2010

Para as minhas flores

Você é uma pessoa tão especial, que está fora do meu alcance escrever um depoimento (ou qualquer outra coisa) digno da sua pessoa.
Se eu pudesse, escreveria um livro. Ele teria as mais belas palavras, descrevendo as sensações mais gostosas.
Seria um livro cheeeeio de alegria. Porque sim, alegria te define bem.
Sempre há sorrisos onde você está, mesmo que entre lágrimas.
Mesmo que eu conte uma piada boba só pra te fazer não chorar. Ou pra te fazer chorar de rir.
Porque com você posso dividir minhas alegrias e tristezas..
Ou melhor, multiplicar as alegrias e esquecer as tristezas.
Porque você sempre vai me entender melhor. Mesmo que eu tenha descoberto isso mais tarde do que gostaria.
Mas não importa, pois ainda temos todo o tempo do mundo.

Não vou escrever um livro. Não sou tão habilidosa com as palavras.
Mas vou desenhar mentalmente uma personagem que represente todo o seu ser.
E quando eu for boa o bastante no desenho, eu coloro com tantas cores quantas forem as cores do céu.
Este será um dos meus desenhos favoritos, mas logo terei que me separar dele, pra você nunca esquecer como você é linda.


*Carta escrita e enviada por Sammya Coelho.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Carta de um ateu

E duro saber que em todo meu viver não parei para ouvirte e não olhei
o teu caminho...

Em algumas vezes suas palavras em rimas, tons e acordes sinfônicos, eu detestei.

A distância era tanta que nem teu nome eu sei, Jesus, Senhor, Deus,
Espírito Santo,

Oxalá, Alá uma miscelânea...

Não sei se por verdade ou destino, tenho uma íntima lembrança foi quando olhei

para o azul e infinito e vi o quanto ínfimo diante dessa imensidão do
universo, meus olhos

viram-me então partícula invisível miseravelmente ateu...

- Carta enviada por Josil